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“Cansado da igreja? Encontre uma fé vibrante além das paredes do santuário”

Com o subtítulo acima e o título “Revolução”, o livro de George Barna afirma que tem muita gente que desistiu deste atual modelo de igreja local caracterizada por um panorama de estagnação espiritual e relacionamentos superficiais.

Pesquisa do Instituto Barna constata essa tendência entre os cristãos norte-americanos, mas a maioria de suas observações também pode ser aplicada à realidade brasileira.

Os números da pesquisa nos Estados Unidos revelam que, ao serem perguntados sobre como experimentam e expressam a sua fé, ou seja, sobre quais os principais meios de experiência e expressão espiritual, há uma forte tendência de mudança da ênfase na igreja local para uma “comunidade alternativa baseada na Fé” ou para meios baseados na “mídia, artes, cultura”.

Segundo Oswaldo Paião, da Abba Press, Barna e sua equipe descobriram uma informação que, apesar de ser fruto de observação de uma realidade, tem despertado polêmica, e cuja divulgação tem desagradado a inúmeros pastores: “a Igreja está passando pela maior revolução de nossa época. Multidões de cristãos sérios estão abandonando as formas tradicionais da igreja... Mas, apesar disso, querem ser a Igreja de Jesus Cristo.

Eles estão deixando de comparecer às tradicionais “escolas dominicais” ou “cultos matinais” para buscar uma forma mais autêntica de ser Igreja; livre do formalismo e das cobranças burocráticas de um tipo de igreja que vive para organizar programas e dar show”.

Dentre as características dos “revolucionários”, mencionadas no livro, vale destacar:

  • eles rejeitam as reuniões de igrejas que são brincadeiras de jogos religiosos sem a presença de Deus e que não produzem fruto espiritual;
  • eles “se recusam a seguir pessoas que oferecem a sua visão pessoal e não a de Deus, que buscam popularidade em vez de proclamar a verdade nas declarações públicas”;
  • não querem doar dinheiro a “monumentos feitos pelo homem enaltecendo os seus próprios empreendimentos”;
  • não se impressionam com diplomas de “seminários que produzem jovens incapazes de defender a Bíblia ou que não estão dispostos a dedicar suas vidas para servir outros”;
  • são seguidores de um Cristo que “não morreu na cruz para encher os salões da igreja, para permitir prédios magníficos de igrejas, ou motivar pessoas a implementarem programas”.

Sobre a igreja local, diz Barna:

“Não há nada inerentemente errado com o envolvimento em uma igreja local. Mas não é isso que torna você salvo, santo, justo ou piedoso (...) O que importa é ter um relacionamento autêntico com Deus e seu povo.Fazer parte de uma igreja local pode facilitar isso. Ou talvez não. (...) Você deve compreender que a Bíblia não descreve nem promove a igreja local como a descrevemos hoje. Há muitos séculos, os líderes religiosos criaram a forma predominante de “igreja” (...) Mas, a igreja local que muitos passaram a apreciar – os serviços, cargos, programas, prédios, cerimônias – não é bíblica nem não-bíblica. Ela é abíblica – isto é, tal organização não é mencionada na Bíblia”.

De fato, alguma vez você leu na Bíblia que, para crescer espiritualmente, se assemelhar a Jesus e servir ao próximo, temos que nos reunir em um templo com determinada arquitetura num domingo pela manhã e à noite, e também na quarta-feira?

Você já viu nas Escrituras, do Gênesis ao Apocalipse, alguma instrução determinante sobre um culto que tenha aquele modelito de sempre de nossas igrejas: prelúdio, oração, avisos, período de louvor ou hino congregacional, troca de apertos de mão “com quem está ao seu lado”, pregação (atrás de um púlpito), poslúdio etc?

Mark Carpenter, no prefácio do livro “Revolução”, mesmo sendo diretor de outra editora, manifestou seu apoio à publicação do polêmico livro. Ele fez a previsão de que a obra “vai gerar desconfiança” e provocar “críticas e até condenação por aqueles que mais se sentem ameaçados pelos prognósticos de Barna”.Outra afirmação acertada.

Mas ninguém pode negar a realidade. De fato, bastam algumas conversas com gente sensível, e que quer algo mais de Deus, para perceber que a insatisfação é grande e que os tais “mini-movimentos” espirituais-comunitários, cujas características são detalhadas no livro, ganham força.

Esse tipo de coisa incomoda muito a pastores e líderes de grandes igrejas, gente de influência, que se utilizam dessas estruturas eclesiásticas para atingir seus objetivos pessoais.

São homens e mulheres que ganham muito bem, vaidosos, sedentos de poder e projeção. Ou, então, pessoas ambiciosas de entrar com seu nome na história. E nada mais útil para essa gente do que ter uma grande massa reunida num só lugar sob o comando do seu microfone!

Dizer a essa multidão que não é só ali naquele modelo de igreja que elas encontram a possibilidade de crescimento espiritual pode frustrar o plano de muitos líderes, porque, afinal, isso os atrapalha a alcançar suas metas através da manipulação dessas pessoas.

Alertar a elas sobre uma “revolução” que trata, como resume o autor, “do reconhecimento de que não somos chamados para ir à igreja. Somos chamados para ser a Igreja” é a última coisa que alguns vistosos líderes e altos salários das igrejas locais querem que aconteça. (Por Lenildo Medeiros)

Atualizada: Quarta, 06 Setembro 2023 10:11
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